(DES)CONEXÃO: UM LABORATÓRIO DE ALQUIMIA DIGITAL
“The Stone can only be found when the search lies heavily on the searcher. – Thou seekest hard and findest not. Seek not and thou whilst find.”
Arthur Koestler, The Act of Creation
[(DES)CONEXÃO (2018), by artist collective
wreading digits, in collaboration with media artist Pedro Ferreira, is a cyberpoetic artifact developed under the artistic residency “Realtime Runtime People”, promoted by the INVITROgerador (Universidade Aberta). Having its first instantiation [realtime], in July 2018, at Atelier Concorde Lisbon, as a #cyberpoetic installation complemented with #livecoding #liveremixing
#performance, (DES)CONEXÃO was also presented at ARTeFACTo 2018, without its digital component. The intention at stake here was to reinforce its
initial questioning – a reflection on the ways technologies alter our perception of time –, by giving visibility and expressiveness to textual and poetic layers behind the surface of the artifact. In dissecting the machine and its fragmented layers of different data, certain experimental writing techniques used, that allow us to extend the word, and therefore the text, – such as combinatorics, literary cut-ups, or fold-ins – are cut wide open. Beyond the circular walls of its anatomical theatre, the remains of these mediated and transmutated philosophical stone(s), once modified, filtered, sublimated, multiplied, and sometimes even self-generated were revealed. In runtime.
"The Stone can only be found when the search lies heavily on the searcher. – Thou seekest hard and findest not. Seek not and thou whilst find.”
Arthur Koestler, The Act of Creation
Através dos processos artísticos, certas particularidades de determinada experiência poderão ser modificadas, filtradas, sublimadas, multiplicadas e, por vezes até, auto-geradas. Técnicas de escrita experimental, como a combinatória, o cut up literário ou o fold-in, permitem estender a palavra e, por conseguinte, o texto, além de uma única configuração, acrescentando-lhe múltiplos níveis de significação e de leitura. Também a video arte encontra na apropriação e remistura, um potencial de dilatação dos significados, do próprio meio de significação e da tecnologia que o suporta. Em (DES)CONEXÃO, interface ciberpoética, esta prática alquímica de mediação e de transmutação é assumida para a reflexão sobre o(s) desafio(s) do imediatismo, na experiência de realidade, de nós próprios e do outro. O leitor é chamado a fazer parte da descodificação do artefacto, escolhendo e accionando, em tempo real, os diferentes conteúdos que o compõem.
O ponto de partida é o ponto de chegada: tecnologia primordial, a pedra gera-se de forma cumulativa, processual, embora num tempo completamente oposto ao do imediato trazido pelo digital e sobre o qual se propõe reflectir. Numa busca espiralar e potencialmente infinita, entre quatro estados mais ou menos (in)definidos – decomposição (nigredo), modificação (albedo), separação (citrinitas), união (rubedo) –, forças de tensão e de dispersão. Entre o todo e as partes, entre o artefacto e o leitor, e entre este e a sua própria percepção – do artefacto, de si mesmo e dos outros.
[Para encontrar a pedra, há que partir(se) (n)o gesto de agarrá-la.]